Thursday, December 26, 2013

Uma nova identidade


Muitas pessoas em todo o mundo estão sofrendo porque não sabem quem são seus pais ou porque ficaram órfãos. Mas isso não é nada se comparado com o sentimento de orfandade espiritual. Existe uma força sem limites que se encontra no reconhecimento da filiação divina. Reconhecê-la e assumi-la é fator decisivo e o que ela implica? A Palavra de Deus nos ensina tudo a esse respeito.
Existe uma frase que diz: “Nós somos o que pensamos que somos quando estamos sozinhos”, ou seja, nós revelamos a nossa identidade a nós mesmos quando estamos sozinhos e não há ninguém perto de nós. É a nossa identidade secreta. Uma identidade, muitas vezes, terrível. Deus não nos chamou para sermos agentes secretos, para termos uma identidade diante das pessoas e, sozinhos, outra completamente diferente. Não, a nossa identidade não pode ter esse sentido “camaleônico”, ela tem de ser a mesma, independentemente de onde nos encontramos. Não podemos ser pessoas cujo caráter muda de acordo com os próprios interesses. Nossa personalidade tem de ser única e transparente.
Antigamente, as pessoas davam muito mais valor à palavra empenhada do que hoje. Um fio de bigode de um homem valia mais do que, hoje, contratos e promissórias. Todos devemos ter bom caráter, uma identidade que revele bons princípios e valores, mas principalmente o dos cristãos tem de revelar uma identidade compatível com sua filiação divina. Isso é fundamental para sermos bem-sucedidos e para que saibamos agir corretamente em todas as situações difíceis que certamente enfrentaremos ao longo de nossa vida.
O nosso sucesso tanto no mundo físico quanto no espiritual não depende de há quanto tempo fazemos parte da família de Deus, porque, assim como o filho pródigo, muitos vivem na casa do Pai, ao lado do Pai, mas não desfrutam nem da sua companhia nem das bênçãos Ele tem para cada um dos seus filhos. Muitos não compreendem o que verdadeiramente significa ser filho de Deus. Ele tem um tesouro reservado para você, mas nada mudará em sua vida se você não abrir a tampa deste imensurável baú.
A compreensão desta filiação divina e o consequente entendimento da nossa identidade em Deus fazem toda diferença em nossa vida. Abramos nosso coração e ouçamos Deus nos falar.
Se olharmos a parte de trás da carteira de identidade, veremos que ali consta o nome dos nossos pais, ou seja, a nossa filiação, dizendo de quem somos filhos. Hoje não é tão comum, mas antigamente as famílias exigiam saber de qual família eram os amigos de seus filhos. Se não fossem de uma família tradicional, nobre, eles não eram bem recebidos; além disso, os filhos ficavam proibidos de continuar a se relacionarem com eles. Embora isso não aconteça mais, pelo menos frequentemente, nós precisamos saber quem é o nosso Pai e também temos mostrar ao mundo a nossa filiação. Mas para isso, temos de ter a exata compreensão de quem somos em Deus.
O Pai é um amigo leal que sempre está disposto a ajudar o filho. Quantas vezes recorremos ao nosso pai para nos consolar, nos ajudar financeiramente, nos aconselhar e em tantas outras situações? Mas aqueles que, infelizmente não tem pai ou não sabem quem ele é, não podem fazê-lo. Quantas vezes, na batalha da vida, quando estamos em meio a pressões, enfrentamos as lutas impostas pela nossa sobrevivência neste mundo e até mesmo quando o diabo e seus demônios se levantam, nos esquecemos da nossa identidade, da nossa filiação? Não se fala, agora, sobre a nossa filiação terrena, como filhos de pai e mãe terrenos, mas da nossa identidade espiritual, como filhos do nosso Pai divino.
Quando nascemos de novo, não deixamos de ser filhos de nossos pais terrenos, mas a partir desse instante nos tornamos filhos de Deus. Assim, na nossa identidade espiritual, no local da filiação consta Deus como nosso Pai. O nosso novo nascimento não acontece como o natural, nascidos de uma mulher, mas, como disse Jesus, da água e do Espírito (João 3,5). Somos feitos filhos de Deus não mediante o parto de mulher, mas mediante o sacrifício de Jesus na cruz (João 1,12). Como crianças sem pai, perdidas e à mercê de toda maldade humana, estávamos perdidos em nossos pecados e à mercê de toda maldade do diabo. Quando entregamos nossa vida para Jesus, fomos libertados da escravidão de Satanás e conduzidos para a verdadeira liberdade de Cristo Jesus. Não precisamos viver amedrontados pelo que possa nos fazer o homem nem o diabo, porque não recebemos o espírito de escravidão para vivermos, outra vez, atemorizados, mas recebemos o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba Pai (Rm 8,15). Além disso, o Senhor está conosco, por isso podemos dizer: “Comigo está o Senhor, nada temo; que mal me poderia ainda fazer um homem?”(Sl 117,6). O Senhor “no seu amor nos predestinou para sermos adotados como filhos seus por Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua livre vontade”(Ef 1,5). E isso não acontece por merecimento, porque pela graça somos salvos, mediante a fé; e isto não vem de nós; é dom de Deus; não das obras, para que ninguem se glorie (Ef 2,8-9). Uma obra perfeita para que todos nós possamos ter uma identidade única em Jesus. Somos filhos de Deus, mediante Jesus, e não podemos nos intimidar diante das presses do mundo físico e spiritual nem deixar que outras pessoas ou mesmo o diabo questione a nossa filiação divina. Temos certeza absoluta da nossa paternidade divina, porque “O Espírito mesmo dá testemunho ao nosso espírito de que somos filhos de Deus”(Rm 8,16).
Lembremos em todos os momentos, em nós habita o Espírito Santo e que é o próprio Espírito do Senhor que testifica com o se espírito afirmando esta verdade absoluta: somos filhos de Deus. Assumamos essa nova identidade divina e tomemos posse de todos os privilégios que ela nos dá, mas não esqueçamos das resposabilidades que esse privilégio acarreta:
“Aquele que diz conhecê-lo e não guarda os seus mandamentos é mentiroso e a verdade não está nele. Aquele, porém, que guarda a sua palavra, nele o amor de Deus é verdadeiramente perfeito. É assim que conhecemos se estamos nele: aquele que afirma permanecer nele deve também viver como ele viveu.”(1 Jo 2, 4-6)

Tuesday, December 17, 2013

O PRIVILÉGIO DE SER FILHO DE DEUS!!!


Um dos sentimentos que mais machuca é o sentimento de orfandade. Algumas pessoas não conhecem o seu pai; na identidade delas consta apenas o nome da mãe no local da filiação. Isso porque o pai não quis saber do filho e abandonou a mãe quando ele ainda estava em seus primeiros dias de gestação. Há outros que ficaram órfãos de pai e mãe porque ambos faleceram ou simplesmente porque eles o abandonaram à sorte da vida. Esses filhos foram morar com seus parentes ou acabaram em um orfanato.
E ainda existem aqueles filhos que foram esquecidos por seus pais apesar de morarem com eles, são os órfãos de pais vivos. Outros que foram jogados “fora” e abandonados como uma mercadoria estragada. Os noticiários sempre mostram casos de crianças que foram literalmente jogadas em latas de lixo, enroladas em sacos plásticos e lançadas em rios poluídos. Filhos abandonados por pais que não queriam a responsabilidade de cuidar dessa “mercadoria”, desse filho indesejado. Quando são pegos, esses pais se debulham em lágrimas de “crocodilo” na tentativa de justificarem por que jogaram seus filhos fora. A expressão popular derramar “lágrimas de crocodilo”, usada para designar um choro fingido surgiu de um fato real que acontece com os crocodilos. Quando o animal come a presa, ele a engole sem mastigar. Para isso, abre a mandíbula de tal forma que ela comprime a glândula lacrimal, localizada na base da orbita, o que faz com que os répteis lacrimejam.
Para alguns filhos a ajuda chegou tarde demais; para outros a ajuda trouxe uma oportunidade de viver. Essas vidas ficarão marcadas para sempre e terão na identidade a informação: “pais desconhecidos”.
         Existem ainda aqueles filhos cujos pais foram amorosos ao extremo, idolatrando-os e não lhes impondo limites nem lhes aplicando disciplina. Pela falta da correção certa, alguns se tornam marginais e se enveredaram pelo caminho das drogas, do crime e da prostituição. E, quando presos, culparam seus pais por não lhes terem dado os limites de que tanto precisavam.
Mas há um fato que supera toda dificuldade que o ser humano possa ter enfrentado ou ainda enfrenta como filho. Não importa o tipo de pai biológico que se tenha tido, existe um pai amoroso e verdadeiro. Existe um pai que sempre se portou com equilíbrio e equidade. Um pai que mesmo amando com a força indescritível, sabe a hora que precisamos ser corrigidos. Um pai que não se esconde na hora que mais precisamos dele. Um pai perfeito e justo. Esse pai que nunca vai desamparar-nos nem decepcioná-nos é Deus. Ele mesmo disse:
Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas entranhas? E mesmo que ela o esquecesse, eu não te esqueceria nunca. (Isaías 49.15).
Quando nos sentimos sozinhos e não sabemos para onde ir ou a quem recorrer; se a dor da orfandade está nos consumindo, lembremos de que temos um pai que nos ama incondicionalmente e que nunca se esquecerá de nós. Acheguemo-nos a Ele com o coração aberto para receber tudo o que Ele tem pra dar. Acheguemo-nos a Ele com o coração desejoso em conhecê-lo profundamente para se relacionar intimamente com Ele. Deus é nosso pai amoroso, o nosso paizinho. Quando um dos discípulos de Jesus lhe pediu que os ensinassem a orar. Ele os ensinou: “quando orardes, dizei: Pai, santificado [...]” (Lucas 11.1-4). Neste momento, Jesus queria que seus discípulos conhecessem Deus como Pai, por isso ele não falou em hebraico, mas em aramaico “Aba, Pai”, porque o hebraico não possuía uma palavra capaz de traduzir a intimidade do coração do Pai. O aramaico era a língua do povo, e Aba, pai, paizinho, é uma expressão que carrega a força do amor e do cuidado do Pai, do único Pai perfeito e perfeitamente justo.
Jesus mostrou aos seus discípulos que Deus é Pai, e Ele nos ensina isso, hoje, pela palavra de Deus. Não nos relacionemos com Deus apenas como um ser superior, porque embora ele seja onisciente, onipresente e onipotente é também amor (1 João 4.8,16). O maior privilégio que temos como filhos de Deus é exatamente a liberdade de nos achegarmos a Ele com confiança, a qualquer momento (Hebreus 4.16). Podemos se aproximar de Deus do jeito que estamos e nos expor a intimidade do seu coração, mesmo porque ele já conhece tudo a nosso respeito. Quando abrimos nosso coração para Deus, o estamos reconhecendo como Deus e como Pai declarando a soberania Dele em nossa vida. Isso faz toda a diferença. Como filhos de Deus, temos o direito à vida eterna (João 3.16); à fé que move montes (Marcos 11.23); a vencer as forças do mal (Lucas 10.19); a fazer as obras que Jesus fez e outras ainda maiores (João 14.12); de sermos co-herdeiros com Cristo (Romanos 8.17); temos direito às moradas celestiais que Cristo foi preparar (João 14.12); a novos céus e novas terras (1 Pedro 3.13); a termos nossas orações atendidas (Mateus 21.22) e tantos outros privilégios que Deus nos garante em sua palavra.
O tempo de escravidão acabou. Não moramos mais numa senzala e não temos um capitão do mato nos perseguindo. Não mais estamos nas garras do diabo nem pertencemos ao reino das trevas. Agora, temos um Pai, Deus, o todo-poderoso, e pertencemos ao “reino do seu filho muito amado.” (Colossenses 1.13).
A grande dificuldade para alguns é que o referencial de Pai que têm é o de um pai omisso e distante. Um pai que não dialoga, não abraçava, não beijava, não fazia carinho, não tinha afeição alguma. Era um pai ausente. Outras vezes, era aquele pai que só conversa para disciplinar, que vivia mais como um policial, um inspetor, anotando todas as faltas para cobrar mais tarde. Não era um pai que incentivava e dizia: “Vá avante, caminhe! Estou com você! Não desanime!” Com um tipo de pai que só sabe dar ordens, o filho acaba por não encontrar espaço para crescer e se tornar um individuo completo, plenamente realizado. É por isso que alguns têm dificuldades em ver Deus como seu pai. A palavra diz para não vivermos atemorizados, porque não recebemos o espírito de escravidão, mas “o espirito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai” (Romanos 8.15).
A sua filiação é divina, e nossa identidade é a de filho de Deus. Por mais delicadas que sejam as situações que venhamos a enfrentar, podemos clamar: “Meu pai! Meu Paizinho”, e ele virá ao nosso socorro.
Não há um momento sequer que um filho deixa de ser filho do pai, porque há uma carga genética que os une; queiram ou não. Assim, como filhos de Deus, temos uma carga genética que nos é concedida pelo sangue de Jesus derramado na cruz do calvário. Somos filhos de Deus, adotados mediante o sacrifício de Jesus quando entregamos nossa vida a Ele.

Friday, December 6, 2013

Os mestres de Jesus

Jesus cresceu em graça, estatura e sabedoria graças a seus grandes mestres. Mesmo sendo filho de Deus, Jesus se colocou como aquele que também aprende para nos dar o exemplo que sempre devemos aprender uns com os outros. Não importa o quanto sabemos e quanto tempo temos de caminhada, mas importante é ser humildade para aprender com aqueles que Deus os cofia dia a dia. E que foram os mestres de Jesus? 

Os pais de Jesus 

Os judeus admiravam-se do conhecimento e sabedoria de Jesus (ef. J0 7,15). Eles só reconheciam como mestres da lei em Jerusalém, como Paulo que foi discípulo de Gamaliel. Embora lhe faltasse credenciais oficiais, Jesus era qualificado para ensinar. 
Quais foram os mestres? Os primeiros mestres de Jesus foram seus pais (cf. Lc 2,52). Era costume da mãe judia dar aos filhos a educação básica no bom comportamento. Conforme os filhos cresciam, ela instruía as meninas sobre seus futuros deveres de esposas e mães (cf. Pr 31,10-31). O pai assumia a responsabilidade de ensinar aos meninos princípios religiosos e uma profissão (cf. Dt 4,9). Certamente, Jesus aprendeu como o bom exemplo de seus pais em todos os aspectos da vida diária e especialmente do ambiente religioso de seu lar. 

A sinagoga 

Jesus teve também uma escolaridade formal na sinagoga. A vida religiosa dos judeus se desenrolava nas sinagogas, que eram locais de oração, onde também funcionava o tribunal religioso e a escola. As sinagogas do tempo de Jesus tinham uma escola anexa para a formação dos meninos mais novos. O ensinamento era baseado no estudo da Torá. O estudo para um judeu devoto é um ato de adoração de glorificação a Deus, fonte de toda sabedoria. Jesus deve ter passado pela escola da sinagoga de Nazaré. 

Aprendizagem Informal 

A aprendizagem informal também fez parte da formação de Jesus. As crianças aprendiam por meio de suas brincadeiras (cf Lc 7,31-32), nas celebrações religiosas, na convivência social e no contato com as pessoas no mercado, no poço etc. 

A Natureza 

Outra fonte de formação era a natureza. Jesus, vivendo em ambiente agrícola, tinha familiaridade com o arar dos campos, o semear da semente, a colheita da safra e o armazenamento do produto nos celeiros. 

O mundo do trabalho 

Jesus prestava atenção e aprendia também com as relações do mundo do trabalho, sendo ele mesmo um trabalhador. Assim vemos: a construção (Lc 12,18); contratação de trabalhadores e pagamento dos salários (Mt 20,1-15); atividade bancária (Mt 25,27); cobrança de dívidas (Lc 7,41-42); compra e venda (Lc 14,18-19). 

A Sabedoria divina 

Mas, sem dúvida, a fonte de aprendizagem mais importante foi a sabedoria do alto, a sabedoria Divina. Jesus é a sabedoria de Deus que esteve presente na obra da criação. “Tudo foi criado para ele para ele” (Cl 1,16). No capitulo oito do livro dos Provérbios é apresentada a Sabedoria personificada como mestre capaz de livrar do mal, da idolatria. Ela se destina não só a alguns, mas a todos que quiserem escutá-la de coração aberto. Suas qualidades lembram as do rei messiânico (cf Is 11,2). Quem a encontra, encontra a vida, quem dela se afasta caminha para a morte. Aplicando este texto a Jesus, vemos que ele trouxe a salvação, o dom messiânico por excelência a todos os homens. A carta aos hebreus nos diz que Jesus, como homem, aprendeu a obediência por meio dos sofrimentos (cf Hb 5,7-8). Podemos dizer também que, como homem, Jesus aprendeu a sabedoria no encontro com o Pai, na oração. E ele diz que nos dá a conhecer tudo que ouviu do Pai (cf. Jo 15,15). 

Os Mestres de Israel 

Estes eram leigos competentes, que ensinavam a viver a vontade de Deus. Transmitiam um estilo de vida experimentado por eles. Esse estilo de vida era o sentido da existência, o sentido de suas vidas. Eles ensinavam com base em seus exemplos. 
Dessa forma, eram considerados mais importantes que os pais naturais, pois estes davam a vida e os mestres ensinavam a vivê-la. O ensino dos mestres de Israel revelava a forma de cumprir a própria vocação. Seus exemplos eram mais importantes que suas palavras, seus títulos, seus estudos; neles estava a sua autoridade. Além do mais, era o estilo de vida arrojado e autêntico que atraia os discípulos para suas “escolas”. 

Que o Senhor nos ensine a valorizar todas as pessoas e lugares por onde passamos e onde aprendemos muitas coisas. Jesus, seja nosso maior exemplo, mas também nosso mestre maior!!!