Wednesday, November 6, 2013

A pedagogia de Jesus (Parte 1)



Nos Evangelhos encontramos 48 vezes o termo “mestre”, do hebraico rabi. Este é um dos poucos títulos que Jesus atribui a si mesmo (cf Jo 13,13). 
A quem se destinava a formação de Jesus? Quais eram seus ouvintes? Nos Evangelhos vemos que Jesus ensinava as multidões (cf Mc 10,1). 
Diferente dos mestres de seu tempo, Jesus ensinava a todos: homens, mulheres e crianças, que o acompanhavam e se reuniam para ouvi-lo, atraídos pela nova doutrina que Ele apresentava e pelos milagres que realizava. 
Outras diferenças: Jesus era itinerante, enquanto os mestres de Israel tinham um lugar fixo para ensinar; era Jesus quem escolhia seus discípulos (cf Jo, 15,16), enquanto os mestres de Israel atraiam os discípulos p ela maneira como viviam a lei; os mestres de Israel acompanhavam o discipulado por um tempo determinado, enquanto o discipulado de Jesus era para toda a vida (cf Lc 9,63); Jesus chamava seus discípulos de amigos, e não os tratava como escravos (cf J0 15,15); os discípulos de Jesus não tinham fama, autoridade como os discípulos dos mestres de Israel; ao contrário, sofriam perseguições, calúnias, apedrejamentos, tentativas de assassinatos (cf Mt 5,11). 
Jesus ensinava também aos líderes do povo e, às vezes, entrava em calorosos debates com eles. 
Os discípulos estavam sempre com o Mestre, convivendo com ele e ouvindo seu ensinamento. Mas, de vez em quando, Jesus os chamava à parte para ensiná-los e formá-los mais profundamente, preparando-os para dar seguimento à sua missão. Dos 72 discípulos Jesus separou 12 para formá-los mais de perto, para torná-los mestres. Jesus formou quatro apóstolos por ano. Ele primava pela qualidade e não pela quantidade. Essa era a opção preferencial de Jesus: formar discípulos. 
Diferentemente dos outros mestres, Jesus ensinava também as mulheres: a mulher samaritana (Jo 4,7-16); Marta e Maria (Lc 10, 38-42). Isso era uma novidade radical numa sociedade em que somente os homens tinham o privilégio de receber instrução da Torá. Jesus via cada pessoa como aquilo que ela é: filha amada do Pai, única e irrepetível, por isso, às vezes, ele ensinava a uma pessoa a sós (samaritana: Nicodemos). 
Quais eram as atitudes de Jesus para com seus ouvintes? Jesus seguia uma pedagogia própria que o tornava inesquecível. Vejamos alguns passos desta pedagogia: 

1. RESPEITAVA SUA LIBERDADE (cf Jo, 8,32). Embora desafiasse as pessoas a tomar decisões em resposta a seu ensinamento, Jesus os deixava livres para aceitar ou rejeitar o que Ele dizia. Propõe, mas não impõe. Jesus não os chama de volta nem ameniza o “discurso duro” que os levou à deserção (cf 6,60.67). 

2. ELE OS AMAVA (cf. Mc 10,21). O amor de Jesus é o reflexo do profundo amor que existe no relacionamento do Filho com o Pai (cf Jo 3,35). Ao amar-nos como o Pai o ama, Jesus revela o amor que Deus tem que conosco e que devemos ter uns para com os outros (cf. Jo 3,16: 13,1.34-35). O amor do Pai e de Jesus gera a formação. Essa é a atitude mais importante na formação. 

3. ELE OS DESAFIAVA. Jesus desafia os seus ouvintes e a nós hoje a assumirmos novas atitudes de pensamento e ação: 
· A renascer (cf Jo, 3,3.5); 
· A ir e não tornar a pecar (cf Jo 5,14; 8,11); 
· A agir com piedade como o bom samaritano (cf Lc 10,37); 
· A lavarem os pés mutuamente (cf Jo 13,14-15); 
· A fazer o bem no dia de sábado (cf Mt 12,12); 
· A amar os inimigos (cf Mt 5,43-44); 
· A servir a Deus e não a riqueza (cf Mt 6,24). 

Como as pessoas reagiam ao ensinamento de Jesus? Muitos reagiam positivamente e admiravam o seu ensinamento, buscavam seus milagres e que riam fazê-lo rei. Já outros reagiam negativamente, especialmente os fariseus, os sadeceus e os sumos sacerdotes.

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