Monday, November 18, 2013

A pedagogia de Jesus (Parte 2)


Jesus tinha toda uma metodologia para dar seus ensinamentos aos gentis. Suas principais estratégias eram:

1.      JESUS ENSINAVA PELO EXEMPLO (cf. Mt 11,29).
Incorporava a fidelidade à vontade de Deus. Revelador e doador da autêntica vida humana. Testemunhava.
2.      BASEAVA-SE NA EXPERIÊNCIA DE VIDA DE SEUS OUVINTES.
Falando numa linguagem que o povo entendia, Jesus tratava das necessidades reais das pessoas; falava concretamente sobre os acontecimentos do dia-a-dia de suas vidas. “Não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco em seu coração” (Gaudium et Spes 1).
3.      JESUS PERGUNTAVA E RESPONDIA A PERGUNTAS (cf. Lc 2,46). 
     Questionava seus discípulos para que aprendessem a entrar em si mesmo e encontrar as respostas. Pois se isso não acontecesse o Evangelho não encontraria um solo fértil onde lançar raízes; não se tornaria vida.
Suas perguntas eram desafiadoras e até mesmo perturbadoras;
·      “E vós quem dizeis que sou?” (Lc,20);
·      “Qual dos três parece o próximo?” (Lc 10,36);
·      “Que procurais?” (Jo 1,38);
·      “Queres ser curado?” (Jo, 5,6);
·      “Crês no Filho do Homem?” (Jo 9,35);
·      “Eu sou a ressurreição e a vida ... Tu o crês?” (Jo 11, 25-26);
·      “Entendeis o que eu fiz convosco?” (Jo 13,12);
·      “Tu me amas?” (Jo 21, 15-17).
E Jesus respondia as perguntas que lhe eram feitas. As respostas, muitas vezes, não agradavam a até mesmo desconcertavam os que perguntavam, a ponto de seus adversários concluírem ser embaraçoso fazer perguntas a Jesus (cf Lc 20,40). Não pretendia dar receitas ou fórmulas. Seu objetivo era que saísse do coração dos discípulos a resposta certa.
4.      JESUS USAVA AS ESCRITURAS HEBRAICAS.
Jesus tinha um profundo conhecimento das Escrituras: eles as estudou, meditou sobre elas, orou com os salmos, baseou nelas seu ensinamento, correspondeu as suas exigências na vida diária. 
· Usou a Escritura em sua defesa no diálogo com o Tentador no deserto (cf. Lc 4,1-13); 
· Na Sinagoga, em Nazaré, proclamou seu projeto citando o profeta Isaías (cf. Lc. 4,16-21). 
E em muitos outros momentos, especialmente respondendo aos fariseus e aos saduceus. 
5. PROVÉRBIOS OU FRASES-CHAVE. 
Jesus sintetizava o ensinamento num provérbio comum na vida do israelita, para que ficasse gravado na mente e servisse como critério de vida: 
· O sábado foi feito para o homem em ao o homem para o sábado (cf. Mc 2-27); 
· Nisto está certo o ditado: um planta e o outro colhe (cf Jo 4,37). 
6. REPETINDO. 
Ensinou as mesmas coisas várias vezes para que ficassem gravadas nas mentes de seus ouvintes, se tornassem programa de vida e pudessem ser ensinadas a outros (cf. Mt 25,31-46). No mistério do Reino, explicou em 13 parábolas diferentes. Na explicação do juízo final, repete três vezes a lista das seis obras de misericórdia. 
7. EXAGERANDO OS CONTRASTES. 
Esta era uma característica oriental para chamar a atenção sobre algum ponto: 
· Os dois devedores (cf. Mt 18, 23-35); 
· O cisco no olho do irmão (cf. Lc 6,41-42); 
· A casa sobre a areia e sobre a rocha (cf. Mt 7,24-27). 
8. COM IMAGENS E COMPARAÇÕES. 
Seu ensinamento era concreto, usava as coisas do dia-a-dia das pessoas. Coisas às quais os ouvintes pudessem se reportar e comparar o ensinamento: lírios do campo; pássaros do céu; fermento; semente de mostarda... 
· “Eu sou a porta” (Jo 10,9); 
· “Eu sou a luz do mundo” (Jo, 8,12); 
· “Eu sou o Bom Pastor” (Jo 10,11). 
Toda a criação se tornava evangelizadora. A natureza era o seu “livro-texto”. 
9. PARÁBOLAS (CF. Mc 4,34). 
A parábola (pôr em paralelo, comparar) é um gênero literário no qual o ensinamento é dado à maneira de relato dramatizado baseado na vida real. Com base nelas os discípulos respondiam a si próprios. Cada qual tirava a sua própria conclusão e aplicava a qualquer aspecto da vida. 
10. AÇÕES SIMBÓLICAS. 
Assim como os profetas do Antigo Testamento, Jesus também usava ações simbólicas (sinais). Lavando os pés de seus discípulos, o Mestre coloca-se como servidor (cf. Jo 13, 1-17). A inversão da relação mestre-servidor revela a nova ordem no Reino de Deus (maior é o que serve). 
11. FAZENDO AS COISAS. 
Ensinava com seu exemplo mais do que com palavras. Seu estilo de vida era seu maior ensinamento (cf. Mt 11,29). Vivia primeiro o que pregava. O objetivo de Jesus não era acumular os discípulos de conhecimento e sim que eles tornassem vivas cada uma de suas palavras (cf. Jo 8,31). 
12. TINHA PREFERÊNCIA PELOS DISCÍPULOS. 
Prioriza o atendimento e o ensinamento dos discípulos. Ensinava-os a orar (cf Lc 11,1); formava-os na doutrina, pessoalmente (cf Mc 9,31); caminhava com eles (cf Mc 8,10), tornando-se mais íntimo; explicava-lhes todas as coisas, de maneira que entendessem (cf. Mc 4,34); procurava estar sempre perto deles (cf. Lc 12,1); dava exemplos de como deveriam agir uns com os outros (cf. Jo 13,5); chegou a celebrar a Páscoa com eles (cf. Mc 14,14); apareceu-lhes primeiramente após a sua ressurreição (cf. Jo 21,14). Isso demonstra todo o carinho e respeito que Jesus tinha pelos seus formandos. Ele doava a própria vida por cada um deles. 
Jesus encarregou os seus apóstolos de ensinar (cf. Jo 20,21). O ensinamento é o primeiro dos ministérios narrados nos Atos dos Apóstolos (cf At, 2,42). Hoje somos nós os formadores.
Precisamos nos preparar com oração e estudo, crescendo em sabedoria e graça, para da ao povo a sã doutrina, abrindo-lhes os tesouros de experiência de Deus, de santidade e de discernimento da tradição católica.
Jesus se apresenta a só hoje pedindo que assumamos um compromisso livre e sincero com ele como nosso Mestre. Para que, formados por ele, possamos formar outros. A resposta é nossa; o dom da fé é dele.
Que o senhor nos unja com a criatividade do Espirito Santo!!!

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