Tuesday, December 17, 2013

O PRIVILÉGIO DE SER FILHO DE DEUS!!!


Um dos sentimentos que mais machuca é o sentimento de orfandade. Algumas pessoas não conhecem o seu pai; na identidade delas consta apenas o nome da mãe no local da filiação. Isso porque o pai não quis saber do filho e abandonou a mãe quando ele ainda estava em seus primeiros dias de gestação. Há outros que ficaram órfãos de pai e mãe porque ambos faleceram ou simplesmente porque eles o abandonaram à sorte da vida. Esses filhos foram morar com seus parentes ou acabaram em um orfanato.
E ainda existem aqueles filhos que foram esquecidos por seus pais apesar de morarem com eles, são os órfãos de pais vivos. Outros que foram jogados “fora” e abandonados como uma mercadoria estragada. Os noticiários sempre mostram casos de crianças que foram literalmente jogadas em latas de lixo, enroladas em sacos plásticos e lançadas em rios poluídos. Filhos abandonados por pais que não queriam a responsabilidade de cuidar dessa “mercadoria”, desse filho indesejado. Quando são pegos, esses pais se debulham em lágrimas de “crocodilo” na tentativa de justificarem por que jogaram seus filhos fora. A expressão popular derramar “lágrimas de crocodilo”, usada para designar um choro fingido surgiu de um fato real que acontece com os crocodilos. Quando o animal come a presa, ele a engole sem mastigar. Para isso, abre a mandíbula de tal forma que ela comprime a glândula lacrimal, localizada na base da orbita, o que faz com que os répteis lacrimejam.
Para alguns filhos a ajuda chegou tarde demais; para outros a ajuda trouxe uma oportunidade de viver. Essas vidas ficarão marcadas para sempre e terão na identidade a informação: “pais desconhecidos”.
         Existem ainda aqueles filhos cujos pais foram amorosos ao extremo, idolatrando-os e não lhes impondo limites nem lhes aplicando disciplina. Pela falta da correção certa, alguns se tornam marginais e se enveredaram pelo caminho das drogas, do crime e da prostituição. E, quando presos, culparam seus pais por não lhes terem dado os limites de que tanto precisavam.
Mas há um fato que supera toda dificuldade que o ser humano possa ter enfrentado ou ainda enfrenta como filho. Não importa o tipo de pai biológico que se tenha tido, existe um pai amoroso e verdadeiro. Existe um pai que sempre se portou com equilíbrio e equidade. Um pai que mesmo amando com a força indescritível, sabe a hora que precisamos ser corrigidos. Um pai que não se esconde na hora que mais precisamos dele. Um pai perfeito e justo. Esse pai que nunca vai desamparar-nos nem decepcioná-nos é Deus. Ele mesmo disse:
Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas entranhas? E mesmo que ela o esquecesse, eu não te esqueceria nunca. (Isaías 49.15).
Quando nos sentimos sozinhos e não sabemos para onde ir ou a quem recorrer; se a dor da orfandade está nos consumindo, lembremos de que temos um pai que nos ama incondicionalmente e que nunca se esquecerá de nós. Acheguemo-nos a Ele com o coração aberto para receber tudo o que Ele tem pra dar. Acheguemo-nos a Ele com o coração desejoso em conhecê-lo profundamente para se relacionar intimamente com Ele. Deus é nosso pai amoroso, o nosso paizinho. Quando um dos discípulos de Jesus lhe pediu que os ensinassem a orar. Ele os ensinou: “quando orardes, dizei: Pai, santificado [...]” (Lucas 11.1-4). Neste momento, Jesus queria que seus discípulos conhecessem Deus como Pai, por isso ele não falou em hebraico, mas em aramaico “Aba, Pai”, porque o hebraico não possuía uma palavra capaz de traduzir a intimidade do coração do Pai. O aramaico era a língua do povo, e Aba, pai, paizinho, é uma expressão que carrega a força do amor e do cuidado do Pai, do único Pai perfeito e perfeitamente justo.
Jesus mostrou aos seus discípulos que Deus é Pai, e Ele nos ensina isso, hoje, pela palavra de Deus. Não nos relacionemos com Deus apenas como um ser superior, porque embora ele seja onisciente, onipresente e onipotente é também amor (1 João 4.8,16). O maior privilégio que temos como filhos de Deus é exatamente a liberdade de nos achegarmos a Ele com confiança, a qualquer momento (Hebreus 4.16). Podemos se aproximar de Deus do jeito que estamos e nos expor a intimidade do seu coração, mesmo porque ele já conhece tudo a nosso respeito. Quando abrimos nosso coração para Deus, o estamos reconhecendo como Deus e como Pai declarando a soberania Dele em nossa vida. Isso faz toda a diferença. Como filhos de Deus, temos o direito à vida eterna (João 3.16); à fé que move montes (Marcos 11.23); a vencer as forças do mal (Lucas 10.19); a fazer as obras que Jesus fez e outras ainda maiores (João 14.12); de sermos co-herdeiros com Cristo (Romanos 8.17); temos direito às moradas celestiais que Cristo foi preparar (João 14.12); a novos céus e novas terras (1 Pedro 3.13); a termos nossas orações atendidas (Mateus 21.22) e tantos outros privilégios que Deus nos garante em sua palavra.
O tempo de escravidão acabou. Não moramos mais numa senzala e não temos um capitão do mato nos perseguindo. Não mais estamos nas garras do diabo nem pertencemos ao reino das trevas. Agora, temos um Pai, Deus, o todo-poderoso, e pertencemos ao “reino do seu filho muito amado.” (Colossenses 1.13).
A grande dificuldade para alguns é que o referencial de Pai que têm é o de um pai omisso e distante. Um pai que não dialoga, não abraçava, não beijava, não fazia carinho, não tinha afeição alguma. Era um pai ausente. Outras vezes, era aquele pai que só conversa para disciplinar, que vivia mais como um policial, um inspetor, anotando todas as faltas para cobrar mais tarde. Não era um pai que incentivava e dizia: “Vá avante, caminhe! Estou com você! Não desanime!” Com um tipo de pai que só sabe dar ordens, o filho acaba por não encontrar espaço para crescer e se tornar um individuo completo, plenamente realizado. É por isso que alguns têm dificuldades em ver Deus como seu pai. A palavra diz para não vivermos atemorizados, porque não recebemos o espírito de escravidão, mas “o espirito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai” (Romanos 8.15).
A sua filiação é divina, e nossa identidade é a de filho de Deus. Por mais delicadas que sejam as situações que venhamos a enfrentar, podemos clamar: “Meu pai! Meu Paizinho”, e ele virá ao nosso socorro.
Não há um momento sequer que um filho deixa de ser filho do pai, porque há uma carga genética que os une; queiram ou não. Assim, como filhos de Deus, temos uma carga genética que nos é concedida pelo sangue de Jesus derramado na cruz do calvário. Somos filhos de Deus, adotados mediante o sacrifício de Jesus quando entregamos nossa vida a Ele.

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